Em romance instigante, Flávio Izhaki investiga as encruzilhadas do avanço tecnológico que irão marcar o futuro da humanidade, transportando o leitor a uma realidade distópica.
Por Mabi Costa
Algo sobrevoa o estádio onde, em 2026, acontece a partida de estreia da Copa do Mundo entre Estados Unidos (os anfitriões e a Espanha). O pânico e o tumulto tomam conta do local enquanto uma chuva de papéis prateados cai naqueles que ainda não conseguiram sair dali. Neles, lê-se: O MANIFESTO. O mesmo texto toma conta das redes sociais, que foram hackeadas.
Em seguida, somos transportados para algum momento entre os anos 2063 e 2100, em que Seiji Kubo inicia sua participação em um debate presidencial contra Thomas Beethoven, uma inteligência artificial que irradiava uma perfeição absurda, mas calculada.
Acompanhamos o mesmo Seiji Kubo, então, em 2019, recebendo um diagnóstico antes mesmo da manifestação de sua grave doença, junto à proposta de um tratamento inovador e experimental desenvolvido por seus próprios empregadores.
O que acontece nesse meio-tempo é o enredo de “Movimento 78”, de Flávio Izhaki, um romance sobre a relação complexa e muitas vezes hostil entre a tecnologia e os seres humanos. Desde sua gênese, as inteligências artificiais assombram nossa imaginação como ajudantes que podem se tornar inimigos letais.
“‘Movimento 78’ surgiu da minha curiosidade em pensar e entender como a inteligência artificial pode afetar o mundo em que viveremos. Conforme eu estudava o assunto, percebi o quanto esse futuro já está acontecendo, vários setores da sociedade já estão tremendamente impactados e isso tende a aumentar de maneira exponencial nos próximos anos”, declarou o autor em entrevista ao jornal Estado de Minas.