3 de maio de 2023

O primeiro romance de Rubem Fonseca completa 50 anos

Em sua estreia na ficção longa, Rubem Fonseca apresenta aos leitores uma trama urbana e violenta, quase um realismo absurdo.

Por Felipe Maciel

Rubem Fonseca já era considerado um dos nomes mais disruptivos e inventivos da literatura brasileira em virtude de sua obra de contos, quando lançou, em 1973, seu primeiro romance, “O caso Morel”. Agora, quando se completam 50 anos de sua publicação original, o título ganha nova edição pela Agir.

Fonseca surpreendeu os leitores com dois personagens carismáticos: o excêntrico artista Paul Morel, preso por um crime que afirma não ter cometido, e o escritor Vilela, cuja primeira aparição na obra de Rubem foi em “A coleira do cão”, ainda como delegado.

Ao entrelaçar as vidas de Morel e Vilela, o escritor criou uma trama irônica, visceral e hedonista e se tornou um marco literário, introduzindo à narrativa questionamentos sobre a moral da arte.

No auge da ditadura militar, o lançamento do livro causou imenso frisson por sua ousadia. Seria Rubem Fonseca tão bem-sucedido na produção das narrativas longas quanto nas histórias breves? Com quase 50 anos, o escritor já havia se firmado um expoente da literatura brasileira com a formulação de histórias profundamente urbanas em contraponto aos romances regionais.

Retrato da violência urbana em todos os estratos sociais de forma “nua e crua”, com linguagem coloquial e direta e enfoque nos personagens marginalizados, Fonseca foi cirúrgico em seu raio-x da sociedade brasileira. A faceta romancista do autor foi aprovada com louvor pelo escrutínio público e fez história!  


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