Sobre o autor
Roberto DaMatta nasceu em Niterói, no Rio de Janeiro, em 1936. É bacharel em História, especializado em Antropologia Social, Mestre e Doutor pela Universidade de Harvard. Lecionou no Museu Nacional da UFRJ e também na UFF, onde dirigiu o Programa de Pós-graduação em Antropologia Social e é professor titular de Antropologia Social da PUC-Rio e professor emérito da Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos. Em 2001, recebeu a Ordem do Mérito do Rio Branco no grau Comendador.
Escreveu quase duas dezenas de livros de não ficção e ensaios, em que se dedica, sobretudo, à análise e interpretação da sociedade brasileira. Atualmente, integra o quadro de colunistas de O Globo e do Estadão. O escritor e antropólogo revela em seus textos ângulos insuspeitos da vida social, sendo capaz de transpor a linguagem da cultura popular para o pensamento sistematizado, e trafega com notável desembaraço entre o mundo acadêmico e a escrita coloquial.
Ao lançar o clássico Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro (Rocco, 1979), trouxe uma contribuição inovadora e definitiva para o entendimento do Brasil. Pela primeira vez, um antropólogo procurava entender a sociedade brasileira e suas desigualdades por meio da análise do carnaval e de outras festividades.
Já em O que faz o Brasil, Brasil? (Rocco, 1984), DaMatta examinou as manifestações culturais do país – carnavalescas, religiosas, alimentares, futebolísticas, comportamentais (o “jeitinho brasileiro”) – e demonstrou que através delas uma sociedade se expressa e pensa sobre si mesma. Escrito durante as quase duas décadas que viveu nos Estados Unidos, Toquevilleanas: notícias da América (Rocco, 2005) apresentou uma visão crítica dos Estados Unidos, numa coletânea de ensaios e memórias. Em sua obra, DaMatta ilumina a realidade brasileira, fustigando a acomodação do pensamento para gerar a reflexão.
Citações
“Hoje conhecemos o Brasil mais profundamente do que ontem, graças ao esplêndido ‘Carnavais, malandros e heróis’, do antropólogo Roberto da Matta. Na torrente de ideias, intuições, discussões conceituais e análises extremamente surpreendentes de coisas que vivem despercebidas sob nossos narizes, da Matta mostra que as ciências sociais podem ser inteligíveis, pertinentes e reveladoras, sem a esterilidade de textos onde a preocupação com o rigor científico e metodológico esconde, muitas vezes, a pobreza de ideias dos autores.”
Simon Schwartzman, sociólogo, membro titular da Academia Brasileira de Ciências, sobre Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro (Rocco, 1979)
“‘Carnavais, malandros e heróis’, que abriu passagem para uma nova interpretação do Brasil e dos brasileiros, faz quarenta anos e nos ensina porque, apesar das tragédias, não é possível deixar de existir a festa que antecede a quarta-feira de cinzas, quando tudo volta a ser cotidiano, dia-a-dia, estrutura. Pierrôs, colombinas, esqueletos, monstros e máscaras metafóricas existem para reafirmar a nossa existência como sociedade de alma própria.”
Portal G1, sobre Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro (Rocco, 1979)
“O que faz o Brasil, Brasil? Em busca da resposta para essa ambiciosa pergunta, o antropólogo Roberto DaMatta publicou, em 1979, um livro cujo destino, como se comprova hoje, era alinhar-se em uma das prateleiras mais altas da estante das interpretações do país: ‘Carnavais, malandros e heróis – Para uma sociologia do dilema brasileiro’.”
Estadão, sobre Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro (Rocco, 1979)
Leia mais
Entrevista de Roberto DaMatta para a Exame on line (Blog Instituto Millenium)