Sobre o autor
Manoel Wenceslau Leite de Barro, que se tornaria conhecido em todo o país como Manoel de Barros, nasceu em Cuiabá, Mato Grosso, em dezembro de 1916. Passou a infância no Mato Grosso do Sul, primeiro numa fazenda próxima a Corumbá, quando passava longas temporadas no Pantanal, onde desenvolveu o olhar para os movimentos da natureza. Aos doze anos, foi matriculado no Colégio São José, no Rio de Janeiro — cidade em que morou por mais de trinta anos, antes de retornar ao Mato Grosso do Sul, onde permaneceu até 2014, quando faleceu aos 97 anos.
Na juventude, viajou pela Bolívia e Peru, antes de chegar a Nova York. Na cidade americana, fez cursos de cinema e artes plásticas. Ao retornar ao Rio de Janeiro, conheceu a mineira Stella, com quem logo se casou. É autor de dezoito livros de poesia e também de obras para o público infantil e relatos autobiográficos, todos publicados atualmente pela Alfaguara. Seu primeiro livro, Poemas concebidos sem pecado, saiu em 1937. Pouco depois, lançou Face imóvel e, em 1946, Poesias.
Nos anos 1980, admiradores famosos de seus versos, como Millôr Fernandes e Antônio Houaiss, passaram a divulgar a poesia de Manoel de Barros, e a citá-lo em colunas de jornais. Com a notoriedade tardia, começou a chamar atenção das editoras e do público e foi publicado em Portugal, França, Espanha e Estados Unidos. Na década de 90, escreveu títulos fundamentais para a sua obra poética, entre eles O livro das ignoraçãs, de 1993, e Livro sobre nada, de 1996.
No documentário Só dez por cento é mentira, lançado em 2008 por Pedro Cezar, ao ser questionado sobre como gostaria de ser lembrado, Manoel ri, coça o peito, diz que a pergunta é cruel, para, em seguida acrescentar que o único jeito é pela poesia. “A gente nasce, cresce, amadurece, envelhece, morre. Pra não morrer, tem que amarrar o tempo no poste. Eis a ciência da poesia: amarrar o tempo no poste”.
Citações
“Um visionário da humildade e solidariedade humanas.”
Antônio Houaiss, filólogo, crítico literário, tradutor, diplomata, sobre Manoel de Barros
“É o maior poeta vivo do Brasil.”
Carlos Drummond de Andrade, poeta e contista e cronista, sobre Manoel de Barros
“Ele busca a gramática que fica antes da gramática, é o que chamo de ‘aquém da linguagem.”
Ítalo Moriconi, poeta e crítico literário, sobre Manoel de Barros
“Afinal, Manoel de Barros sempre foi conhecido pela linguagem artesanalmente construída, sem se ater a convenções gramaticais ou sociais, mas sempre em busca da simplicidade.”
Estadão, sobre Manoel de Barros
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Matéria do Estadão sobre a reedição da obra de Manoel de Barros pela Alfaguara