Sobre a autora
Lygia Fagundes Telles nasceu em abril de 1923, em São Paulo, cidade onde ainda reside. Estudou Direito e Educação Física antes de se dedicar exclusivamente à literatura. Considerada pela crítica e por seus pares um dos nomes mais relevantes da literatura brasileira, sua obra – composta de 18 livros de contos e quatro romances – é internacionalmente reconhecida e premiada, tendo superado a marca de três milhões de exemplares vendidos.
Seu primeiro livro de contos, Porão e sobrado, de 1938, foi publicado ainda na adolescência. No entanto, a escritora, falecida em 2022, preferia apontar o romance Ciranda de pedra, de 1954, como o marco do início de sua maturidade literária, opinião corroborada por Antonio Candido. Já foi traduzida para mais de onze países e teve obras adaptadas para o cinema, a TV e o teatro. Foi eleita para a Academia Brasileira de Letras em 1985 e, em 2005, recebeu o Prêmio Camões, o mais importante da literatura de língua portuguesa. Por sua contribuição para a literatura brasileira, foi indicada pela União dos Escritores Brasileiros para concorrer ao Prêmio Nobel.
Na juventude, conviveu com intelectuais modernistas que circulavam no Largo de São Francisco, no centro de São Paulo, entre eles Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Paulo Emilio Salles Gomes, que veio a ser seu segundo marido. Aproximou-se da poeta Hilda Hilst de quem se tornou amiga e confidente. Com o primeiro marido, o jurista Goffredo da Silva Telles Jr., teve o único filho, Goffredo da Silva Telles Neto, que viria a ser cineasta.
Dos primeiros contos, concebidos na juventude, até sua produção mais madura, Lygia exibia maestria incomum na narrativa curta, sempre com sensibilidade e sutileza, em textos impecáveis.
Citações
“Antes de mais nada, Lygia Fagundes Telles soube ultrapassar o círculo de giz autobiográfico em que giram desesperadamente tantos contistas modernos. Ela possui, pois, a primeira qualidade do ficcionista, a de saber colocar-se na pele dos outros. Essa é mais uma ambiguidade do conto, que ela assume com a mesma autoridade de Machado de Assis ou de Joaquim Paço D’Arcos.”
Wilson Martins, jornalista, historiador e crítico literário, sobre a autora
“O texto de Lygia prima pela unidade, pela densidade, pela extraordinária dignidade que confere à língua portuguesa, mesmo quando trata de temas ou situações sórdidas, perversas, violentas. Ler Lygia Fagundes Telles, para quem é dado a esses requintes, traz o prazer da descoberta da beleza, da sonoridade e da expressividade.”
Caio Fernando Abreu, escritor, sobre a autora
“Com prodigiosa força e sutileza a autora consegue exprimir a diversidade e os contrastes através de uma linguagem extremamente flexível e que se ajusta a todas as metamorfoses, seja de forma apenas alusiva, seca, ou com envolvimento e fascínio.”
Michel Nuridsany, Le Figaro, sobre Seminário dos ratos (Companhia das Letras)
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95 anos de Lygia Fagundes Telles – vídeo produzido pelo Itaú Cultural