Sobre o autor
Paulista de cidade de Barretos, Aluísio Jorge Andrade Franco, mais conhecido como Jorge Andrade, nasceu em 21 de maio de 1922, e iniciou a carreira no teatro após ser apresentado, nos anos 50, à atriz Cacilda Becker. Foi, acima de tudo, um dos mais importantes dramaturgos brasileiros. A peça Os ossos do barão permanece até hoje como uma referência dos anos áureos do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC).
A estreia profissional deu-se em 1954 com A moratória, à qual se seguiram várias peças de sucesso, como Vereda da salvação e Pedreira das almas. Publicou, em seguida, a compilação do seu ciclo dramático, Marta, a árvore e o relógio, obra em que narra a formação da sociedade paulista e brasileira. Em 1973, escreveu sua primeira telenovela, Os ossos do barão, exibida pela Rede Globo. Tornou-se incompreendido em O grito, novela que esteve no ar entre 1975 e 1976, e gerou uma reação contrária do público conservador.
Em 1978, publicou o romance autobiográfico Labirinto, e, em 1979, escreveu a novela Gaivotas para a TV Tupi. Seus últimos trabalhos na televisão foram para a TV Bandeirantes, na primeira metade da década de 1980 – entre eles, a elogiada novela Ninho da Serpente. Jorge Andrade faleceu em 13 de março de 1984, em São Paulo, vítima de uma embolia pulmonar, deixando uma obra cuja principal característica é uma profunda reflexão sobre a formação da sociedade brasileira, desde as primeiras bandeiras até a derrocada das oligarquias paulistas nas primeiras décadas do século XX.
Citações
“Um autor da maior importância, com uma imensa obra já realizada e muito a realizar (…) sua dramaturgia teve para as décadas de 50 um papel similar ao de ‘Vestido de Noiva’ na década de 40.”
Fernanda Montenegro, sobre Jorge Andrade
“Para Jorge Andrade o teatro era uma procura da verdade. No seu caso, procura do que significava o mundo onde nasceu, de fazendeiros em crise econômica e social, sofrendo o choque do progresso urbano, sem entenderem bem o que estava acontecendo. Daí ele partiu para descrever as raízes desse mundo e procurar compreender como os seus valores tinham-se formado. Neste percurso descobriu o ângulo do oprimido, daquele cujo trabalho forma a base das prosperidades alheias”
Antonio Candido, sociólogo e crítico literário, sobre Jorge Andrade
“Jorge Andrade revela ambição literária superior a maioria dos dramaturgos brasileiros contemporâneos.”
Anatol Resenfeld, crítico e teórico de teatro, sobre Jorge Andrade
“Jorge Andrade abriu definitivamente seu espaço na cena teatral brasileira com ‘A Moratória’, encenada, em 1955, no Teatro Maria Della Costa. Sua obra seria um painel preciso e compassivo da formação, crise e fim da aristocracia cafeeira paulista.”
Jefferson Del Rio, crítico de teatro, sobre Jorge Andrade