Sobre o autor
Paulo Mendes Campos nasceu em Belo Horizonte, em 1922. Passou a infância entre o interior de Minas Gerais e a capital mineira. Estudou Odontologia, Direito e Veterinária, mas não completou nenhum dos cursos. Membro do quarteto de escritores mineiros, batizado como “os quatro cavaleiros de um íntimo apocalipse”, e constituído ainda por Fernando Sabino, Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino, dirigiu o suplemento literário da Folha de Minas.
Em 1945, foi ao Rio de Janeiro conhecer Pablo Neruda e decidiu permanecer na então capital federal do país. Poeta e cronista, trabalhou também como repórter e redator de publicidade. A década de 1950 foi intensa para Mendes Campos, atuando no Jornal do Brasil e na revista Manchete. Em paralelo à atividade jornalística e literária, foi também diretor do Departamento de Obras Raras da Biblioteca Nacional e traduziu obras de Julio Verne, Oscar Wilde, Neruda e Shakespeare, entre outros. Morreu em 1991, no Rio de Janeiro. Sua obra é atualmente publicada pela Companhia das Letras.
Numa época de ouro para a crônica, Paulo Mendes Campos esteva na linha de frente, ladeado por Rubem Braga, Fernando Sabino e Carlos Drummond de Andrade. Nesse time de estrelas, destacou-se pela permanente busca de uma paisagem interior, paisagem com vista para a memória, o sonho e a reflexão. Em tudo, Mendes Campos afastou-se da vulgaridade, para buscar o menos óbvio, o sentimento interior e a palavra bem acabada. Daí que suas crônicas resistam ao tempo e às circunstâncias em que foram escritas, e saltem dos periódicos para os livros, sem perder a graça, nem o sentido.
Citações
“Vocês fazem ainda parte do mundo de que já tenho saudades e no qual os precedi como mais velho de 5 ou 6 anos na amizade de Mário de Andrade, na rebeldia contra o Estado Novo, na tentativa de encontrar novos caminhos depois do Modernismo e antes dessa borracheira presente (…) Vocês sempre foram para mim os brilhantes cadetes de Belzonte que conquistaram o Rio a toque de caixa e alta luta, marcando a literatura com rara força de personalidade.”
Antonio Candido, ensaísta, sociólogo, crítico literário e professor universitário, em carta destinada a Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino e Otto Lara Resende
“Pouco ou nada expansivo, de voz e riso baixos, nenhum jeito e vontade para exibicionismos, Paulinho podia não seduzir, mas era o mais culto, o melhor estilo, o mais versátil –poeta excelente, tradutor admirável, cronista com frequência à altura do velho Braga.”
Jânio de Freitas, jornalistas, sobre Paulo Mendes Campos
“Ele não tinha outra vocação que não fossem as letras. Não conheci ninguém para quem a literatura fosse uma fatalidade como para ele.”
Wilson Figueiredo, escritor e jornalista, sobre Paulo Mendes Campos
“Poucos escritores foram tão ‘miscelâneos’, ricos em registros, nuances e interesses. Daí haver mais ângulos e perspectivas que discurso uniforme neste volume de Paulo Mendes Campos organizado por Elvia Bezerra.”
Folha de S. Paulo, sobre De um caderno cinzento (Companhia das Letras)
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Acervo de Paulo Mendes Campos no IMS
Matéria da Folha de S. Paulo sobre a edição da obra de Paulo Mendes Campos pela Companhia das Letras