Sobre o autor
Nascido em 13 de maio de 1901 na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, o poeta e prosador Murilo Mendes foi expoente do Modernismo brasileiro. Estreou na literatura escrevendo para as revistas Terra Roxa, Outras Terras e Antropofagia, que traziam as ideias do movimento artístico que revolucionou a cultura brasileira. Em 1930, publicou seu elogiado primeiro livro, Poemas, em que abordou os principais temas e procedimentos do Modernismo dos anos 20, como o nacionalismo, o folclore, a linguagem coloquial, o humor e a paródia. Neste mesmo ano, publicou também Bumba-meu-poeta e, em 1933, História do Brasil.
Até 1935, trabalhou como telegrafista e guarda-livros. No ano seguinte, passou a exercer a função de Inspetor do Ensino Secundário do Distrito Federal e, dez anos mais tarde, assumiu o cargo de escrivão da 4ª Vara de Família do Rio de Janeiro, então capital da República. Escritor fértil, produziu intensamente nas décadas de 40 e 50, publicando uma série de volumes de poesia, marcados essencialmente pelos temas da religiosidade, tão caro à segunda fase do Modernismo, e, posteriormente, pelas influências europeias do Surrealismo.
Entre 1953 e 1956, passou a residir na Bélgica e na Holanda. Mudou-se, posteriormente, para a Itália, onde se tornou professor de Cultura Brasileira na Universidade de Roma e, depois, na Universidade de Pisa. A partir dessa época, sua poesia começou a ser traduzida e publicada na Itália, Espanha e também em Portugal.
Em 13 de agosto de 1975, morreu em Lisboa, deixando inúmeros inéditos, que vieram a ser publicados postumamente. Atualmente, o Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM), pertencente à Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), abriga a biblioteca e a coleção de artes visuais do escritor. A instituição foi criada em 1976, quando, após o falecimento do poeta, sua viúva Maria da Saudade Cortesão Mendes doou à universidade a biblioteca do escritor, composta por quase três mil exemplares.
Citações
“Um dos dois ou três que realmente me chamaram a atenção aqui.”
Albert Camus, filósofo, romancista, ensaísta, dramaturgo e jornalista argelino, sobre Murilo Mendes
“Nem Vinicius, porém, foi tão poeta, nos dois sentidos da palavra, quanto Murilo Mendes, que, além de escrever poesia, e da melhor, era também doidinho.”
Humberto Werneck, escritor, jornalista e colunista, sobre Murilo Mendes
“A poesia de Murilo Mendes parece um ardiloso paradoxo: surpreende pelas imagens, embora projete ora a vertente católica, ora a aresta surrealista, ora o modernista maduro com seu desejo de totalidade.”
Folha de S. Paulo, sobre As metamorfoses / Siciliana + Tempo espanhol (No prelo, Companhia das Letras)
“‘Poemas’” é um pequeno livro enorme.”
Folha de S. Paulo, sobre Poemas (No prelo, Companhia das Letras)