Sobre o autor
Moacyr Jaime Scliar nasceu em Porto Alegre em 1937. Foi casado com Judith Scliar, com quem teve o único filho, Roberto. Seus pais, imigrantes da Bessarábia (Rússia), chegaram ao Brasil em 1904. Formado em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi especialista em Saúde Pública e Doutor em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública. Autor de milhares de textos dispersos e mais de 80 livros, dedicou-se ao romance, conto, ensaio, crônica e à ficção infanto-juvenil. Sua obra, extensamente publicada no exterior, chegou a mais de 20 países, sempre com ótima recepção da crítica.
Publicou, em 1962, seu primeiro livro de contos, Histórias de médico em formação, baseados em sua experiência como estudante. Em 1968, lançou O carnaval dos animais (L&PM), também de contos, obra que considerava de fato sua estreia literária. Em 1971, escreveu seu primeiro romance A guerra no Bom Fim (L&PM), e seguiu nas décadas seguintes com uma intensa produção, sem nunca abandonar a medicina. Recebeu inúmeros prêmios, como o Jabuti, por três ocasiões, o APCA e o Casa de las Américas. Colaborou para vários órgãos da imprensa no país e no exterior, entre eles a Folha de S. Paulo e o Zero Hora. Seus textos literários foram adaptados para cinema, teatro, televisão e rádio, inclusive no exterior.
A tradição judaica o acompanhou em toda a carreira, assim como o imaginário fantástico. Scliar chegou a ter o romance O centauro no Jardim (Companhia das Letras) incluído em uma lista que elegeu os cem melhores livros relacionados à história dos judeus dos últimos dois séculos, elaborada pelo National Yiddish Book Center. Também se tornou um grande porta-voz do país sobre temas relativos ao judaísmo, mantendo laços de amizade com alguns dos maiores autores israelenses no mundo contemporâneo, como David Grossman, A.B. Yehoshua e Amos Oz. Morreu em março de 2011, aos 73 anos. Seu último romance, Eu vos abraço, milhões, fora lançado um ano antes pela Companhia das Letras.
Citações
“Nem tudo tem a ver com o judaísmo. Antes de mais nada, ele era um escritor brasileiro, um escritor diferenciado. Scliar trouxe seu mundo para a literatura, um mundo pouco explorado. É preciso tirá-lo desse nicho [judaico] porque ele é muito mais do que isso.”
Ignácio de Loyola Brandão, romancista, contista e jornalista, sobre Moacyr Scliar
“Ele conseguia ser tão universal a ponto de ser plagiado.”
Zuenir Ventura, escritor e jornalista, sobre Moacyr Scliar
“A repercussão de sua morte, no último domingo, que continuará por muito tempo ainda, lembrou seus méritos como escritor de primeiríssimo time, dono de uma obra que engrandece o nosso tempo cultural e literário. Para os que conviveram com ele, a perda foi funda e dolorosa.”
Carlos Heitor Cony, escritor e jornalista, sobre Moacyr Scliar
“Finalizo esse chamado lembrando o médico e escritor gaúcho Moacyr Scliar por seu olhar profundamente humano sobre as peripécias de nossa existência. Seu curto romance ‘Max e os felinos’ é um tributo à perseverança, à crença na vida e à imaginação mesmo diante das feras que nos apavoram a cada geração.” Heloisa Pait, professora de sociologia e editora da revista Pasmas, sobre Max e o felinos (L&PM)