Sobre o autor
Erico Verissimo nasceu em Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, em 1905. Foi diretor, redator, ilustrador e paginador da Revista do Globo e conselheiro literário da Editora Globo. De 1943 a 1945, viveu nos Estados Unidos, onde lecionou Português e Literatura Brasileira na Universidade de Berkeley. Entre 1953 a 1956, retornou aos Estados Unidos, dessa vez para Washington DC, como diretor do Departamento de Assuntos Culturais da União Pan-Americana. O autor figura ainda hoje como um dos mais lidos e traduzidos romancistas brasileiros contemporâneos, com uma obra que inclui mais de 40 títulos e abrange quase todos os gêneros literários. Verissimo morreu em 1975, em Porto Alegre, quando escrevia o segundo volume de seu livro de memórias, Solo de clarineta (Companhia das Letras).
As gerações de leitores brasileiros que se formaram no último meio século certamente devem muito a Erico Verissimo, que escreveu o seu primeiro texto literário atrás de um balcão de farmácia, em sua cidade natal. Até hoje, muitas crianças começam a gostar de ler pelas páginas de As aventuras do avião vermelho, Os três porquinhos pobres, ambos publicados originalmente em 1936. E ainda são muitos os adolescentes que fazem a travessia do universo infantil para a literatura adulta com a leitura do romance Clarissa, de 1933, e do clássico Olhai os lírios do campo, de 1938, um best-seller instantâneo, publicado atualmente pela Companhia das Letras.
Criador de personagens emblemáticos, Verissimo lançou em 1949 o primeiro romance da trilogia que lhe garantiu um lugar definitivo e indiscutível entre os maiores escritores brasileiros. A arrebatadora saga histórica O tempo e o vento (Companhia das Letras) é composta por O continente, O retrato, de 1951, e O arquipélago, de 1961. Neles, o escritor refez o caminho da formação do povo gaúcho ao narrar a história da família Terra Cambará, de meados do século XVIII a meados do XX. A obra foi adaptada para a televisão nos anos 80, em uma produção de grande sucesso, e, em 2013, ganhou uma versão para o cinema com direção de Jayme Monjardim.
Em sua última fase, concentrou-se, sobretudo, na temática política. Em Incidente em Antares, seu último romance, de 1971, o escritor apostou no realismo fantástico, em voga na América Latina, para criar uma sátira política em uma crítica direta e contundente à ditadura militar vigente no Brasil.
Citações
“O livro de viagens atípico de Erico Verissimo mistura experiências em cidades como Tel Aviv e Nazaré, ou num “kibbutz”, em 1966, com diálogos imaginários que podem ter como interlocutor os historiadores Arnold Toynbee e Oswald Spengler ou um camelo. Questões como o destino do judaísmo e o antissemitismo são o contraponto grave de um belíssimo afresco da paisagem de Israel.”
Manuel da costa Pinto, jornalista e colunista da Folha de S. Paulo, sobre Israel em abril (Companhia das Letras)
“No livro extraordinário de Erico Verissimo, os mortos de uma cidade voltam a público para reclamar o descuido com seus corpos (Incidente em Antares). Fantasmas, na tradição popular, aparecem quando há crimes irresolutos ou algo que deve ser revelado.”
Leandro Karnal, historiador e colunista do Estadão, sobre Incidente em Antares (Companhia das Letras)
“O único livro que lembro ter me marcado desse gênero no País foi Incidente em Antares, romance de zumbis de Erico Verissimo.”
Antônio Xerxenesky, escritor, sobre Incidente em Antares (Companhia das Letras)
“E se você quer dar um bom presente neste fim de ano, dê o ‘O prisioneiro’, de Érico Veríssimo, obra-prima, de 1967, sobre a bestialidade da tortura, pela Companhia das Letras.”
Juca Kfouri, jornalista e colunista de Folha de S. Paulo, sobre O prisioneiro (Companhia das Letras)
“E o vento não levou. E o tempo tampouco. E, nas margens do centenário do autor, a obra de um certo Erico Verissimo ganha a partir desta semana um projeto editorial de raras proporções para um escritor brasileiro.”
Folha de S. Paulo, sobre a reedição da obra de Erico Verissimo pela Companhia das Letras