Por Felipe Maciel
A escrita potente e corajosa de Eliane Brum vem extrapolando fronteiras e alcançando leitores de diversos países. Com “The Collector of Leftover Souls”, a jornalista viu sua obra chegar aos Estados Unidos, Reino Unido, Itália e Polônia – neste último, chegou a concorrer a um prestigioso prêmio dedicado à não ficção.
Agora, seu livro mais recente, “Banzeiro Òkòtó”, publicado em 2021 no Brasil pela Companhia das Letras, ganha edição em inglês pela editora norte-americana Graywolf Press.
A sinopse assim apresenta a obra aos leitores de língua inglesa: “Com uma prosa lírica e apaixonada, Eliane Brum relata sua mudança de São Paulo para Altamira, cidade às margens do rio Xingu, devastada pela construção de uma das maiores barragens do mundo. Em comunhão com o mundo humano e mais que humano da Amazônia, Brum busca se ‘reflorestar’ enquanto constrói relações com povos da floresta que carregam em seus corpos as cicatrizes e a resistência da Amazônia.”
A jornalista descreve o horror com profunda sensibilidade, mesclando a investigação jornalística com relatos pessoais, e tem como resultado um livro que emerge como um holofote sobre um dos principais temas do século 21. Um convite, um pedido, uma demanda, uma convocação a revolucionar a forma de ver e pensar sobre o mundo.